https://atualiza.acicampinas.com.br/ADMblog/thumbs/1094..png
Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

As normas de sustentabilidade começam a tomar forma

Já há tempos em que se fala em ESG e muitas empresas têm tomado ações nessa direção.

Já há tempos em que se fala em sustentabilidade, ESG [do inglês, Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança], e muitas empresas têm tomado ações nessa direção. Cada uma delas, de maneira própria, mesmo que usando alguma orientação ou formatação global, divulgam seus resultados, mas até então, nenhuma de forma estruturada e comparável mundialmente.

 

Em sentido contrário surgiu o movimento chamado “green-washing”, que em português pode ser traduzido como “lavagem verde” ou até mesmo como “maquiagem verde”, que significa algo como a prática de dissimular as informações sobre os reais impactos das atividades de sustentabilidade para dar à empresa uma aparência de atenção e cuidado com o meio ambiente.

 

 Mas a partir de 2023 essa realidade começa a mudar. Até este momento, cada empresa ou mesmo entidade e organizações civis públicas ou privadas fazem suas divulgações estruturadas, mas sem uma forma, sem um formato padronizado, previsível e comparável. Agora estamos começando a mudar essa realidade.

 

Em 26 de junho de 2023, o ISSB - International Sustainability Standards Board emitiu as normas e padrões inaugurais de divulgação de sustentabilidade global - IFRS S1 e IFRS S2 -, começando assim, uma nova era de divulgações relacionadas com a sustentabilidade nos mercados de capitais em todo o mundo.

 

As normas ajudarão a melhorar a confiança nas divulgações das empresas sobre sustentabilidade para informar as decisões de investimento e, pela primeira vez, criam uma linguagem comum para divulgar o efeito dos riscos e oportunidades relacionados com o clima nas perspectivas de uma empresa.

 

Como essa introdução e uma declaração mais longa e contundente, o IFRS Foundation estabeleceu um ponto de partida para o assunto sustentabilidade no mundo empresarial, conectado com os demonstrativos financeiros que incluem seus balanços, resultados, fluxos de caixa e notas explicativas.

 

Com respeito a adoção das normas, o ISSB trabalhará com jurisdições e empresas para apoiar a adoção. Os primeiros passos serão a criação de um grupo de implementação da transição para apoiar as empresas que aplicam as normas e o lançamento de iniciativas de capacitação para apoiar a implementação eficaz.

 

O ISSB também continuará a trabalhar com jurisdições que desejam exigir divulgações incrementais além da linha de base global e com a GRI para apoiar relatórios eficientes e eficazes quando as normas ISSB forem aplicadas em combinação com outras normas de relatórios.

 

Como consequência, em alinhamento a essa evolução, a CVM lançou em 20 de outubro de 2023, uma resolução para adotar indicadores claros e comparáveis em práticas sustentáveis de empresas que acessam o mercado de capitais, que incluem: Companhias Abertas, Fundos de Investimento e Companhias Securitizadoras. Essas entidades terão a opção de elaborar e divulgar, já a partir de 2024, os relatórios anuais sobre ESG, e a divulgação deverá ser obrigatória para as companhias abertas a partir de 2026.

 

Acredita-se que essa ação ajude investidores globais a reconhecer oportunidades e riscos, diminuir custos de informação e otimizar a alocação e movimentação de capitais. Essa ferramenta de divulgação será valiosa e permitirá decisões mais alinhadas com valores sustentáveis e responsáveis, dando transparência e comparabilidade às ações adotadas por cada empresa. O documento seguirá duas normas (IFRS S1 e S2) padronizadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).

 

A demanda por práticas transparentes e comprometidas com a sustentabilidade é uma tendência que tem ganhado força em mercados financeiros ao redor do mundo. Investidores internacionais, cada vez mais, buscam empresas que não somente entreguem resultados financeiros, mas também demonstrem compromisso com práticas ambientalmente corretas e responsabilidade social.

 

Acredita-se que com essa nova resolução, o Brasil se torne o primeiro país a internalizar essas normas no mundo, tornando o mercado nacional mais atraente para investidores de fora.

 

Em um mundo onde as preocupações ecológicas estão cada vez mais em destaque, iniciativas como essa, reafirmam o compromisso do Brasil em direcionar sua economia para um futuro mais verde e responsável.


Jarib B D Fogaça| ESG, -Sustentabilidade, -Brasil, normas

Pode lhe interessar


Colunistas


Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto Foto

Posts recentes


Assuntos relacionados