- , 01 de Novembro de 2023
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Jornal das Associaçōes Comerciais do Estado de São Paulo
Jornal das Associaçōes Comerciais do Estado de São Paulo
Como micro e pequenas empresas podem crescer em marketplaces
Plataformas funcionam como uma verdadeira avenida de produtos à disposição dos consumidores e muitas oferecem logística, além de custos mais reduzidos em marketing.
Vender pela internet, há tempos, deixou de ser um hábito apenas de grandes empresas. Hoje, micros e pequenos comerciantes também precisam ter canais variados de vendas para não perderem mercado.
Mas, nem sempre, os custos de ter um e-commerce próprio são compatíveis com o faturamento dessas empresas. Assim, os marketplaces são uma boa alternativa para quem quer começar no mundo digital e alavancar as vendas.
Os marketplaces são como um grande shopping center online onde os visitantes têm acesso a várias lojas e podem comprar os mais diversos tipos de produtos.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em 2021, mostra que houve um crescimento de 68% do comércio eletrônico, o que representa R$ 126,3 bilhões.
Sobre os hábitos dos consumidores, outro relatório recente do Webshoppers revela que 84% dos lojistas que vendem online usam essas plataformas em suas estratégias de marketing. O estudo ainda sugere que as vendas por este tipo de canal devem crescer 54% até 2024.
Segundo Samuel Pereira, especialista em marketing digital, a força geradora de audiência dos marketplaces é muito mais poderosa para quem quer vender, além de oferecer mais produtos para quem quer comprar, diz.
“O marketplace é como uma grande avenida. Cada loja está ali naquela rua à mostra e à disposição do pedestre, ou seja, o consumidor, que pode olhar e comprar onde ele desejar. É muito mais fácil o comprador chegar a uma dessas lojas do que ele ir até a loja online de uma marca e adquirir por lá”, avalia Pereira.
Atrair os consumidores é um dos maiores desafios tanto para quem opera com loja física quanto a virtual. É nesse ponto que os marketplaces saem em vantagem, já que fazem todo esse árduo trabalho para as lojas parceiras, que poderão focar sua energia na gestão de pedidos e no atendimento aos seus clientes.
VANTAGENS
Retenção
O fato de haver uma maior oferta de produtos faz com o marketplace force o cliente a ficar mais tempo na plataforma e a voltar com frequência após boas experiências de compra.
Alcance
Ter uma loja em uma plataforma de vendas online aumenta muito a visibilidade da marca e dos produtos vendidos porque são sites com milhões de visualizações por dia de todo o país.
Início facilitado
Todo o trabalho de iniciar uma loja virtual é simplificado pelo marketplace, que já tem a infra-estrutura pronta.
Menos investimento em marketing
Publicidade e marketing geram altos custos para o empreendedor, mas essas plataformas oferecem espaços mais em conta para as marcas exporem seus produtos e fazem esse trabalho com expertise.
Integração facilitada
Como o lojista usufrui da estrutura do marketplace, ele não precisa se preocupar com segurança, funcionalidades, meios de pagamentos e outras burocracias de se ter uma loja online.
Custo reduzido
Para o lojista entrar em um marketplace, seu custo será menor do que se fosse criar um e-commerce próprio. É cobrada uma comissão de cada venda realizada.
Logística
A maioria das plataformas de vendas online tem uma logística já facilitada e pronta. No e-commerce, o lojista precisa realizar o envio das encomendas por conta própria e isso pode acabar gerando altos custos e até atrasos.
Pagamento
Os lojistas que vendem em marketplaces têm a certeza de que irão receber por suas negociações.
CUIDADOS
Diversificação
Paulo Menezes, especialista em gestão de marketplaces, aconselha que o lojista diversifique seus canais de venda e não coloque todos os ovos apenas na cesta deste tipo de plataforma.
“Isso é ponto fundamental: não apostar em apenas um meio para não ficar refém de uma única fonte. Ao vender em diferentes marketplaces, micro e pequenos negócios ganham visibilidade, alcançam novos consumidores e podem aferir vendas em escala”, aconselha.
Concorrência
É preciso vender bem o seu produto, ou seja, criar descrições completas dos produtos, incluir vídeos e várias fotos e permitir reviews de clientes, que dá mais credibilidade.
Segundos os especialistas, como a concorrência é grande, vende quem chama mais atenção e tem melhor preço. Também é fundamental estudar o concorrente e como ele atua.
Pós-Venda
Seja lá qual for o meio da compra, qualquer consumidor exige uma experiência satisfatória. Sendo assim, um bom atendimento e suporte são essenciais para gerar fidelização e novos clientes.
Custos e comissão
Importante ressaltar que os custos financeiros de antecipação não estão inclusos nas comissões. Há alguns marketplaces que repassam o dinheiro dos lojistas no último dia útil do mês subsequente. Geralmente, essas taxas costumam variar entre 10% e 20%, conforme o tipo de produto e se é novo ou usado. Dependendo da plataforma, também é possível que haja um acréscimo em reais caso a mercadoria não alcance um limite mínimo de valor definido pelo site.
Prestação de contas
É preciso que haja uma gestão de qualidade neste quesito, pois os critérios de repasse adotados e as datas acordadas são muito variadas e o lojista precisa acompanhar corretamente o fluxo dos recebíveis.
“O comerciante não pode confiar totalmente na plataforma e deixar de controlar suas vendas só porque está um marketplace grande e de alcance”, recomenda Pereira.