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Jarib B D Fogaça
Jarib B D Fogaça
Sócio na JFogaça Assessoria e conselheiro independente.

O homem na Lua, há 50 anos.

Assim que o astronauta Neil Armstrong pisou pela primeira vez na Lua, ele expressou uma frase célebre, que, numa tradução livre, seria: “Este é um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”.

Completamos 50 anos da ida do homem à Lua e até hoje alguns acreditam que foi uma farsa ou como se diz atualmente, “fake news”. Mas, farsa ou não, essa conquista marcou a história dos Estados Unidos da América, e da humanidade. E quantos outros acontecimentos que temos conhecimento têm marcado a história daquele país e de vários outros, acontecimentos esses que entram para a história do país e do mundo como um todo.

 

Muito se atribui o início da evolução tecnológica à ida do homem à Lua, já que a comunicação remota precisou superar obstáculos enormes: de distância e condições ambientais, seja em torno da Terra, seja muito além no espaço sideral sem vida e inabitável.

 

No Brasil também temos marcos louváveis em nossa história. Dentre os vários que poderíamos citar está o Plano Real, que debelou a inflação e trouxe previsibilidade para nossa vida no dia a dia. Entretanto, vemos ainda muita dificuldade de termos novos marcos históricos transformadores e de longo prazo. Seria a razão disso o fato de que algumas mudanças que poderiam ser implementadas, serem de longo prazo e, portanto, transcendem mais que um período de governo? No projeto do homem na Lua estava claro para o então presidente americano, John F Kennedy, que esse desafio, se alcançado, muito provavelmente seria na gestão de seu sucessor, mesmo assim ele lançou o desafio!

 

Estamos prestes a superar um desafio que deve transformar o futuro do país por anos que é a reforma da previdência. A despeito de qualquer debate que se faça perante essa proposta, os reais benefícios serão colhidos em décadas, muito além da gestão governamental atual. Nossos descendentes, sim, poderão perceber os benefícios dessa reforma tal como hoje desfrutamos dos benefícios do Plano Real, de mais de 20 anos atrás. Há bem pouco tempo tivemos um risco real de perda de controle da inflação e, felizmente, muitos, de toda parte do país, proclamaram em alto e bom som a necessidade de se manter a inflação sob controle. Também finalmente nos parece que estamos caminhando para uma taxa de juros mais próxima e aceitável para uma economia da magnitude da economia brasileira.

 

Em uma reportagem há aproximadamente um ano na revista Exame, o título estampava: “Brasil não tem plano estratégico para 20 anos, diz economista”. E ele insistia em outra parte da entrevista: “O país precisa de uma agenda estratégica para os próximos 20, 25 anos. Mas hoje isso não existe”. E em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele levantou alguns pontos que precisariam ser atacados pelo próximo governo para destravar a economia, como a baixa produtividade, os elevados spreads dos bancos, o baixo investimento e a pesada estrutura do estado.

 

Sabemos que precisamos planejar continuamente e fazemos isso de forma intuitiva, mas a curto prazo. O planejamento transformador deve ser de longo prazo e para isso não basta intuição, precisamos de razão e trabalho duro. A ida do homem à Lua, nosso tema central hoje, nos denota essa necessidade. Não vamos para Lua sem planejar, precisamos construir isso muito bem, inclusive pensando em como lidar com algo que não conhecemos e planejar bem nossa ida e retorno, em segurança e a salvo.

 

Uma agenda estratégica de governo é fundamental para o crescimento do país, pois essa agenda desencadeia uma série de ações no setor privado bem como no terceiro setor que propiciam um retorno ao país e toda sua população de benefícios de toda natureza, a começar por oportunidades de trabalho. É certo que há um debate muito grande sobre a necessidade de se investir em várias frentes, mas acredito que antes de simplesmente sairmos investindo, melhor saber o rumo que vamos tomar, onde queremos chegar e quais recursos concretos precisamos. Se vamos à Lua ou se simplesmente a um país distante, não conseguiremos definir com clareza nossos investimentos se não soubermos para onde vamos.

 

Nesses momentos de transformação, rápida e necessária, é que então o planejamento de longo prazo, seja ele governamental ou mesmo privado, toma um papel fundamental na geração de riqueza e prosperidade de uma nação como um todo.

 

Jarib B D Fogaça| desafios, história, evolução, produtividade, transformação

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