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O que faz do Lego um brinquedo além do seu tempo

Tradição, inteligência artificial e sustentabilidade levam muitos pais a desembolsarem até R$ 1 mil numa caixa de blocos coloridos que hoje, por meio de aplicativos, podem até ganhar vida. Fonte: JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Monta e desmonta. Há quase 90 anos, a Lego levanta a bandeira do brincar bem (significado original da marca que vem do dinamarquês leg godt,) e em família. Em tempos de telas e muita tecnologia é quase fantasia acreditar que um único brinquedo ainda capture a atenção de uma criança a ponto de entretê-la por uma tarde inteira no tapete da sala.

Mas, é exatamente essa possibilidade que ainda leva muitos pais a desembolsarem até R$ 1 mil numa caixa de blocos coloridos que hoje, por meio de aplicativos, podem até ganhar vida se transformando em robôs ativos que emitem sons e fazem animações.

Sustentável até 2030...

Fundada em 1932 pelo carpinteiro dinamarquês Ole Kirk Kristiansena, os tijolos da Lego eram originalmente de madeira e só em 1949 passaram a ser fabricados com uma tecnologia de ponta, o plástico. Mais de 70 anos separam a opção por um novo material do atual caminho inverso que a marca traça para se tornar mais sustentável.

A meta é incorporar, até 2030, um material com a mesmas características do plástico, mas que seja reciclável e ecológico. São quase 100 mil toneladas de blocos plásticos fabricados a cada ano, que já passam por remodelagens, como a utilização de materiais renováveis à base de plantas, como a cana-de-açúcar, para a construção das peças.

Entretanto, não se trata de uma inovação simples. Como propõe a brincadeira, os tijolos precisam se encaixar exatamente da maneira certa e combinar com o catálogo de kits da empresa e peças compradas pelos clientes anteriormente.

Sustentando o título de maior fabricante de brinquedos do mundo, a empresa repensa também as embalagens plásticas que armazenam as pecinhas dentro das caixas de seus produtos. 

No total, uma equipe de 150 pessoas trabalha para promover esses atributos sustentáveis aos produtos da marca. Em um artigo publicado no LikendIn sobre o assunto, Tim Brooks, vice-presidente de responsabilidade ambiental do Grupo Lego, relatou que nos últimos três anos, cientistas e engenheiros testaram mais de 250 variações de materiais PET e centenas de outras formulações de plástico. 

A expectativa é de que pouco mais de U$ 400 milhões sejam investidos nesta área até 2022.

Digital sem abandonar o mundo real...

Novos conceitos também têm sido aplicados na relação direta com o consumidor. A inauguração da mais nova loja conceito da Lego, há duas semanas, materializa o tipo de experiência que a marca pretende oferecer no varejo.

Localizada na icônica 5ª Avenida, em Nova York, o novo ponto de venda mistura experiências físicas e digitais e foi desenhada para uma verdadeira imersão no mundo Lego, que deve servir de inspiração para outras mais de cem lojas da rede no mundo todo.

Mesmo sustentando bons números nas vendas on-line, a empresa diz acreditar na importância desses espaços físicos para fortalecer as conexões entre os consumidores e a marca.

Foram dois anos desenvolvendo o novo conceito e pesquisando o que pais e filhos gostariam de vivenciar numa loja da marca. Uma das apostas, identificada em pesquisas de mercado, é exatamente a oportunidade de brincar com os blocos, além de personalizar suas experiências, como é possível ser feito no chamado Estúdio da Personalização, em que o visitante pode se imaginar no formato Lego e construir seu próprio boneco.

Outra atração, Brick Lab, é uma experiência de realidade virtual que leva o público a um mundo digital totalmente feito de blocos de Lego.

Composta por 880 mil peças de Lego, a Árvore da Descoberta é outro destaque da loja conceito. Ocupando o ponto central da unidade ela permite a entrada dos visitantes em seu interior, onde é possível admirar através de janelas uma grande variedade de cenários feitos de Lego.

Outro ponto alto da unidade é a Mesa de Contação de Histórias, que foi criada para fãs adultos e mostra marcos da história da marca Lego, incluindo os primeiros produtos e protótipos. A atração também permite que o público interaja virtualmente com os designers da marca. 

Realidade aumentada dentro e fora da loja...

Tanta tecnologia antecipa também o que esses pequenos clientes podem reproduzir em casa com seus blocos de montar. O Lego Hidden Side, por exemplo, é um brinquedo de construção criativa em que as crianças podem construir um modelo multicamada e, em seguida, usar um aplicativo de Realidade Aumentada interativo e gratuito para caçar e interceptar fantasmas.

São 8 conjuntos diferentes e atualizações frequentes. Ou seja, além de compras as peças, para que a experiência seja completa, é preciso baixar um aplicativo com realidade aumentada para ser usado enquanto se brinca com as peças.

É a primeira vez que a empresa integra AR com a construção física de um cenário. Desenvolvido para crianças a partir de sete anos, os prédios contam uma história sobre um casal de crianças encarregadas de usar um aplicativo que tem como função caçar fantasmas e descobrir acontecimentos misteriosos em sua cidade natal.

Ao ativar o aplicativo de realidade aumentada, desenvolvido em conjunto com o tema, os modelos ganham vida e revelam um mundo oculto que estimula a interatividade das crianças e são apresentados mistérios a serem resolvidos.

Os conjuntos Lego Hidden Sile variam de U$ 20 a U$ 130 e foram desenhados para unir os universos físico e virtual - um teste para saber a potência desse mercado para a Lego.

Para brincar e construir memórias...

Por fim, seja online ou offline, o reconhecimento da Lego entre diferentes gerações reflete de forma significativa na reputação da marca em torno de brincadeiras que ainda hoje são sucesso em todo o mundo. Diante de tantas opções de presentes, pais e avós ainda associam o produto ao brincar de forma leve e em família. 


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