- , 07 de Outubro de 2021
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Equipe ACIC
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Pandemia altera a cadeia de produção de moda e a sua relação de consumo
Mudanças no comportamento do consumidor refletiram nos calendários de lançamentos de tendências internacionais e continuarão a pautar as demandas do setor daqui para a frente.
O ano de 2020 foi repleto de incertezas e mudanças comportamentais. A fim de conter a disseminação do coronavírus, eventos foram cancelados em todo o mundo. Comércios considerados não essenciais tiveram o seu funcionamento restrito ao ambiente online ou puderam abrir com redução de capacidade e de horário. As pessoas, por sua vez, passaram a ficar mais em casa. Em meio a este cenário que parecia extraído da canção “O dia em que a Terra parou”, do Raul Seixas, um dos setores mais afetados foi o da moda.
De acordo com a plataforma The Business of Fashion, uma das principais autoridades sobre o mundo da moda, esta indústria não passava por turbulências tão extremas, em tão curto espaço de tempo, desde a Segunda Guerra Mundial. No início da pandemia, o setor registrou queda de aproximadamente 78% nas vendas, segundo uma pesquisa da consultoria Consumoteca.
Habituadas a um mercado no qual os consumidores compravam quando havia um motivo, fosse uma liquidação, um evento ou apenas por necessidade, para trabalhar, as marcas precisaram transformar e reestruturar profundamente toda a sua cadeia de produção e de relação com aquele cliente que “não saiu para o trabalho pois sabia que o patrão também não estava lá”, num movimento denominado “Moda em Rede".
Os calendários de criação e de produção, ditados pelas tendências europeias, foram mundialmente afetados e, até mesmo grifes consagradas, como Saint Laurent, Michael Kors e Chloé se afastaram das semanas de moda para desenvolver suas coleções a partir de um calendário próprio. Ou seja, uma reviravolta no mundo da moda.
No Brasil não foi diferente. Logo depois da decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, a Associação Brasileira de Estilistas (ABEST) sugeriu mudanças no calendário do varejo nacional. O lançamento da coleção Verão seria, então, a partir da segunda quinzena de junho até 10 de julho, a de Inverno na segunda quinzena de novembro, enquanto as liquidações de inverno em agosto de 2020 e as de Verão em fevereiro de 2021. A partir deste ano, a ABEST propõe Verão em maio e Inverno em novembro, com as liquidações nos mesmos meses, fevereiro e agosto.
Entre os shoppers, conceitos como genderless (moda sem gênero), sportwear (roupa esportiva), loungewear (roupa de lazer), moda comfy (que, como o nome já diz, privilegia o conforto), além dos artigos confeccionados em tecidos antivirais ganharam notoriedade logo no início do período de isolamente social. Na C&A, a procura por peças loungewear e comfy cresceu em média 1.000% no início da pandemia. Marcas como J. Boggo, Vicunha, Oriba e Dalila apostaram rapidamente em peças com tecnologias antivirais e, um levantamento do Google mostrou que as buscas por vestuário esportivo aumentaram 73% no último ano.
Passado mais de um ano desde o anúncio da pandemia, a pergunta é: para onde caminhará a moda? Um estudo da Global Data aponta que 88% dos consumidores pretendem continuar a adotar ao menos um hábito adquirido no período, mesmo depois que tudo passar. Entre estes hábitos estão principalmente os ligados ao meio ambiente e à questão econômica, evidenciando que o consumo consciente, com preferência por marcas que agregam valores e pensam no coletivo, veio para ficar.
Conforme a pesquisa da Consumoteca, 53% das pessoas apreciam influenciadores que mostram como combinar roupas que já têm no armário e que apresentam conteúdos sobre a cadeia de produção dos produtos. Outro dado revela que ao menos 45% das pessoas continuarão a usar roupas mais básicas no cotidiano, no pós-pandemia.
Básico, preocupado com a saúde e com a qualidade de vida e consciente sim, descuidado não. Para o consumidor, a aparência ainda é um dos indicativos de bem-estar, ao lado de saúde, forma física, sono, nutrição e mindfulness, de acordo com um estudo da Mckinsey.
O levantamento "Tendências de fashion e beleza - As aparências de uma vida indoor” divulgado em julho deste ano pelo Google International Data traça um panorama destas principais mudanças nos hábitos de consumo durante a pandemia e aponta três insights para o mercado de moda e também de beleza. Entre os entrevistados, 76% afirmaram gostar de se sentir mais bonitos e bem-cuidados, 33% desejam se vestir de forma mais confortável e 92% responderam que continuaram com as rotinas de beleza no último ano.
No Brasil, três em cada quatro shoppers optam pelo comércio eletrônico para comprar produtos de moda e beleza e, de maneira geral, 88% pesquisam online antes de comprar.
O mesmo estudo aponta os 3Cs para as marcas de moda e beleza:
1 - Consumidor. A sacada é entregar experiência e não apenas produto.
2 - Conteúdo. É necessário fazer parte da jornada de consumo de conteúdos de moda e beleza.
3 - Cadeia. Investir em inovação para atender às antigas e às novas demandas dos consumidores.
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Serviço:
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Quando: 26/10/2021 a 27/10/2021, das 14h às 18h e 28/10/2021 das 19h às 21h
Onde: 100% online
Quanto: gratuito
Inscrições: https://semanane.com.br/?utm_source=evellin_sne_midias&utm_medium=evellin_sne&utm_id=Colaboradores