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Pequenos países, grandes empresas

Da forma que vemos e ouvimos as informações no nosso dia a dia, podemos ter a impressão de que precisamos de uma origem grande para se ter relevância.

Da forma que vemos e ouvimos as informações no nosso dia a dia, podemos ter a impressão de que precisamos de uma origem grande para se ter relevância. Certamente ter uma origem grande, ou mesmo uma base enorme, pode ajudar muito.

Para entendermos essa questão, vejamos agora uma grande disputa que está em foco na economia mundial – a disputa e produção de semicondutores de alta sofisticação, em especial com capacidades de inteligência artificial. Neste contexto, a China e os Estados Unidos estão em disputa com várias restrições impostas pelos Estados Unidos em relação ao suprimento à China de vários tipos de componentes eletrônicos.

Neste cenário, nos parece que somente os grandes países podem competir no mercado; então em um longo artigo do NYT (Jornal New York Times) descobrimos que há outros atores de grande relevância além das duas potências. Há uma empresa de origem holandesa que tem um papel muito relevante e especial nessa disputa, a ASML, empresa que fornece as máquinas usadas para fabricar os chips mais poderosos para aplicações de IA (Inteligência Artificial).

Para contextualizarmos, a Holanda é um país relativamente pequeno, com uma população em torno de um décimo do Brasil; e a ASML é uma empresa relativamente nova, fundada em 1984. O que percebemos neste caso é que o mundo é o limite – ou seja, a empresa fornece para o mundo e vem navegando uma onda de crescimento tecnológico provavelmente não antevisto nessas proporções.

A Holanda e os outros Países Baixos como são chamados, ou mesmo nórdicos, são pequenos países com muitas empresas admiráveis e algumas enormes no mundo. Podemos citar mais uma empresa que nos dá essa noção de que o mundo é o limite – a Spotify! De origem sueca, a [empresa] Spotify, com prováveis mais de 500 milhões de usuários ativos mensais, é a plataforma líder para as pessoas consumirem música e/ou podcasts. É uma plataforma e empresa ao mesmo tempo, de forma independente, enquanto as outras estão dentro de empresas maiores, tais como Apple Music e Amazon Music.

Poderíamos pensar que talvez esse fenômeno de empresas grandes de países pequenos seria somente em tecnologia! Provavelmente não. Tomemos como exemplo a Nestlé – raramente encontramos alguém que não conhece a Nestlé, seja pelos produtos historicamente famosos ou pelos mais recentes, a Nespresso. Uma empresa de origem suíça, neste caso de muitos anos de fundação – os dados indicam que foi fundada em 1866. É uma empresa genuinamente de alimentos e bebidas. Também da mesma forma que as outras, o mundo é o limite!

O que todos esses fatos nos dizem? Sobre essas empresas, o que notamos é que elas não se contiveram em sua própria geografia, mas foram muito além - de forma a suprir todas as regiões. Talvez de imediato possamos até pensar se o Brasil então poderia exportar mais e ir muito além com suas empresas para o mundo. Sim, mas talvez haja uma oportunidade antes que pode não estar forte no radar.

Sem dificuldade podemos mapear o Brasil e ver que essa oportunidade geográfica de expansão existe, de forma enorme, em nosso próprio país. Provavelmente há uma infinidade de produtos e serviços que podem ser comercializados em muitas regiões do Brasil ainda pouco atendidas. Ou uma infinidade de empresas no Brasil que ainda têm pouca distribuição geográfica, operam em poucas regiões, e que poderiam expandir de forma exponencial.

Um exemplo de visão regional brasileira, e mais recentemente sul-americana, é a Azul Linhas Aéreas – fundada não há muito tempo, em 2008. As notícias mostram que a empresa já ganhou por cinco vezes o prêmio de melhor companhia aérea regional da América do Sul – e sabemos que a principal área de atuação da Azul na região é o Brasil.

Isso nos indica que enquanto empresas de muitos países pequenos tiveram que expandir pelo mundo para poderem crescer, a grandiosidade do Brasil sozinho já oferece essa grande oportunidade de expansão.

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