Inflação fecha 2024 em 4,83%, acima do teto da meta do Banco Central

Inflação fecha 2024 em 4,83%, acima do teto da meta do Banco Central

O resultado do ano se consolidou após alta de 0,52% no IPCA de dezembro, acelerando na comparação com novembro (0,39%)

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2024 em 4,83%, superando a meta perseguida pelo Banco Central, de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.

O resultado do ano foi consolidado após a alta de 0,52% no IPCA de dezembro, ante uma elevação de 0,39% em novembro, dado divulgado nesta sexta-feira, 10/1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta de dezembro foi o resultado mais brando para o mês desde 2018, quando subiu 0,15%. Em dezembro de 2023, a taxa tinha sido de 0,56%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu após três meses seguidos de aceleração, passando de 4,87% em novembro de 2024 para 4,83% em dezembro de 2024.

Difusão - O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 58% em novembro para 69% em dezembro. "A inflação em dezembro foi mais espalhada do que em novembro. Houve mais subitens que tiveram altas de preços em dezembro", confirmou André Almeida, técnico do Sistema de Índices de Preços do IBGE.

O índice de difusão em dezembro foi o mais alto desde maio de 2022, quando ficou em 72%. A difusão de itens alimentícios passou de 65% em novembro para 69% em dezembro. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 52% em novembro para 69% em dezembro.

ALIMENTAÇÃO

O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um avanço de 1,55% em novembro para alta de 1,18% em dezembro, quarto mês de aumentos consecutivos. O grupo contribuiu com 0,25 ponto porcentual para a taxa de 0,52% do IPCA do último mês de 2024.

A alimentação no domicílio aumentou 1,17% em dezembro. Os destaques foram os aumentos nos preços das carnes (5,26%), especialmente nos cortes costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%). Houve altas também no óleo de soja (5,12%) e no café moído (4,99%).

Por outro lado, ficaram mais baratos o limão (-29,82%), batata-inglesa (-18,69%) e leite longa vida (-2,53%).

A alimentação fora do domicílio aumentou 1,19% em dezembro. O lanche subiu 0,96%, enquanto a refeição fora de casa avançou 1,42%. A refeição foi o subitem de maior pressão individual no IPCA de dezembro, um impacto de 0,05 ponto porcentual.

HABITAÇÃO

As famílias brasileiras gastaram 0,56% a menos com Habitação em dezembro, uma contribuição de -0,08 ponto porcentual para a taxa geral de 0,52%. Em novembro, o grupo Habitação havia caído 1,53% e gerado contribuição negativa de 0,24 ponto porcentual para a taxa geral de 0,39%.

A energia elétrica residencial passou de uma queda de 6,27% em novembro para uma redução de 3,19% em dezembro, item de maior alívio sobre o IPCA do mês, -0,13 ponto porcentual. O recuo foi devido à substituição da bandeira tarifária amarela em vigor em novembro pela bandeira verde a partir de dezembro, eliminando assim a cobrança extra nas contas de luz. Além disso, houve redução em Rio Branco, devido a um reajuste nas tarifas de -4,50% a partir de 13 de dezembro.

A taxa de água e esgoto subiu 0,70%, influenciada pelo reajuste de 9,83% no Rio de Janeiro a partir de 1º de dezembro.

Já o subitem gás encanado caiu 0,01%, devido à redução de 0,51% nas tarifas no Rio de Janeiro a partir de 1º de novembro.

TRANSPORTES

Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 0,89% em novembro para uma elevação de 0,67% em dezembro. O grupo deu uma contribuição de 0,14 ponto porcentual para a taxa de 0,52% registrada pelo IPCA de dezembro.
 
O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do transporte por aplicativo (20,70%) e das passagens aéreas (4,54%). Os combustíveis também subiram, 0,70%: etanol (1,92%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,54%) e gás veicular (0,49%).
 
Houve aumentos no trem (3,77%) e no metrô (3,90%), após a incorporação de gratuidades concedidas nos dias do ENEM em São Paulo. O ônibus urbano recuou 0,65%, influenciado pela gratuidade nas tarifas em São Paulo no dia 25 de dezembro.
 
 
IMAGEM: Freepik

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