Saiba como a economia compartilhada pode abrir possibilidades de novos negócios

Saiba como a economia compartilhada pode abrir possibilidades de novos negócios

Modelo de ecossistema econômico sustentável vem ganhando espaço mundo afora graças à facilidade da internet e ao uso das tecnologias digitais

Imagine viajar por diversos países sem precisar reservar hoteis? Ou, compartilhar um espaço e recursos de escritório com pessoas que trabalham em outras empresas? Quem sabe arrecadar o valor necessário para um projeto de uma obra social em um município distante? Ou, ainda, alugar pelo tempo que necessitar uma bicicleta, uma lavadora de alta pressão ou até mesmo um carro? Todos os exemplos são reais e possíveis graças à facilidade da internet e ao uso das tecnologias digitais, que integram pessoas do mundo todo e garantem o poder da colaboração e do compartilhamento.

A tendência de consumo colaborativo é mundial e não é tão nova como se imagina. Em 2014, uma pesquisa realizada em 60 países apontou que o mercado de locação movimentava em torno de US$ 26 bilhões e que 68% dos entrevistados estavam abertos à ideia da comunidade compartilhada. É certo que, cada vez mais, as pessoas estão atentas às oportunidades para oferecer a outras pessoas parte do potencial de seus bens ou serviços que não é utilizado. 

Nunca os termos trocar, colaborar, doar, emprestrar e alugar foram tão valorizados. Conforme apontou a pesquisa, em especial nos setores de eletrônicos, serviço de aulas, ferramentas elétricas, itens domésticos, bicicletas e vestuário. 

Na América Latina, dentre mais de 100 empresas que empregam a tecnologia para ajudar as pessoas a prestar serviços entre si ou trocar bens, 32% são no Brasil, o que demonstra o potencial do País nessa modalidade de novos negócios digitais. Os motivos? O grande número de usuários de internet – 168 milhões de smartphones e mais 160 milhões de computadores, entre notebooks, tablets e desktops – e o nosso mercado consumidor, que, apesar da crise, pode chegar a R$ 3,9 trilhões este ano.

O economista Ricardo Lima – ou Riq, como é conhecido – foi um dos empreendedores a apostar na economia colaborativa. Em 2011 ele resolveu deixar para trás uma promissora carreira em uma grande instituição bancária no Brasil para viajar pelo mundo. Riq tinha algumas economias guardadas e resolveu se aventurar. Primeiro foi para a África do Sul e, desse ponto em diante, sua vida foi uma emoção atrás da outra. Marrocos, Índia, Camboja, Rússia, Emirados Árabes, Alemanha e outros. Mergulho com tubarão, viagem de camelo, safári... Mas, nem tudo foi diversão. Riq Lima deu aula de inglês e de surfe na França, trabalhou na área de marketing no Peru e como recepcionista na Coreia, por exemplo. 

Tudo era diferente das viagens que havia feito anteriormente a trabalho, lazer ou por meio de programas de intercâmbio de estudo de inglês e trabalho. A cada experiência, o jovem economista aprimorava seu estilo de viajar no qual a hospedagem em hotéis luxuosos não era uma necessidade. Ao contrário, ele buscava por albergues, pousadas, casas de pessoas que conhecera nas viagens ou até mesmo acampava. 

De volta a São Paulo, no final de 2012, Riq Lima percebeu que não era mais o mesmo. Paralelamente, seu amigo Eric Faria, assim como ele, também havia deixado o emprego no Brasil para trabalhar como voluntário do USA Hostels, uma das maiores redes de albergues do mundo. Uma conversa via redes sociais daqui, outra dali e pronto! Os dois perceberam terem encontrado um propósito em comum: ajudar milhares de pessoas de todo o mundo que buscam ampliar sua experiência cultural por meio da colaboração e de relações honestas, a tornar suas viagens mais acessíveis. “A economia colaborativa é a única solução viável; a única forma não predatória de se fazer turismo”, diz o jovem empreendedor Riq.

Assim, o Worldpackers iniciou atividades em fevereiro de 2014 como uma plataforma online que conecta viajantes do mundo todo, com suas respectivas capacidades, a acomodações em diferentes países, possibilitando que estes troquem trabalho por hospedagem. Até agora, a startup já proporcionou a troca de mais de 200 mil noites de estadias. E o negócio vai de vento em popa, atraindo aportes de investidores.

O Worldpackers oferece atualmente 24 atividades à escolha do viajante, em mais de 90 países. São oportunidades nas áreas de gastronomia, artes, música, educação, digital e, claro, serviços diretamente ligados aos albergues, como administração, recepção, limpeza, realização de eventos e outros.

O viajante paga ao site uma taxa que varia de US$ 20 a US$ 100 por viagem e se conecta com cerca de 700 hostels da rede, em mais de 90 países. Há algumas garantias para o caso de uma experiência não dar certo, por exemplo. Neste caso, o site se encarrega de encontrar outro local para o viajante e outra pessoa para realizar o trabalho para o estabelecimento. 

O tipo de trabalho e a carga horária são previamente estabelecidos, assim como a contrapartida que o viajante obterá, que pode ser uma cama, um quarto, café da manhã ou outros. Em resumo, a troca barateia consideravelmente o custo da viagem. E mais, o conceito de economia compartilhada não impacta apenas nas questões financeiras. Por tratar-se de um ecossistema econômico focado nas pessoas, no qual usufruir é mais importante que possuir, ele é sustentável.

No dia 28 de outubro, Riq Lima compartilhará suas experiências com os participantes da 4ª Semana de Negócios e Empreendedorismo da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC). Ele apresentará a palestra “A era do compartilhamento” durante o painel Click – Ideias que inspiram, a ser realizado na ACIC, das 8h30 às 12h. 

4ª Semana de Negócios e Empreendedorismo

A quarta edição da Semana de Negócios de Empreendedorismo (SNE) será realizada pela ACIC, entre os dias 24 e 28 de outubro, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campinas (CDL). A SNE é uma plataforma de eventos direcionados ao fortalecimento da cultura empreendedora de Campinas e região com objetivo de promover a capacitação de gestores e empreendedores e o desenvolvimento de empresas de diferentes portes, por meio de workshops, palestras, ações de educação empreendedora e de inspiração. As inscrições para a Semana devem ser feitas pelo site www.semanane.com, onde consta também a programação detalhada ou pelo telefone (19) 2104-9200.

 

 


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