- , 31 de Janeiro de 2017
- 15:45:31h
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Veja algumas formas de pagamento invisíveis que contribuem para uma experiência de compra completa
Entre as conveniências geradas pelas inovações tecnológicas, os meios de pagamento foram o aspecto mais discutido por 77% dos consumidores nas redes sociais
Aproximadamente 60,4% dos brasileiros pretendem realizar suas compras por meio de autoatendimento até 2019. Tudo, claro, com a máxima conveniência, experiência autoral e segurança, proporcionadas pela conectividade e a crescente tendência do mobile. Comprar com um simples toque no celular, ou nem isso; apenas ao passar pela porta do estabelecimento ou aproximar seu relógio de pulso do caixa. Isso já é possível. Para 57% dos participantes de um estudo da Croma Marketing Solutions, os novos meios de pagamento proporcionados pela tecnologia foram apontados como úteis durante a jornada de compra.
Como os meios de pagamento atualmente são fundamentais na experiência de compra dos clientes, eles demandam muito mais atenção por parte do varejo e também do setor de serviços. Outro estudo, da MasterCard em parceria com a Prime Research, avaliou que, entre as conveniências geradas pelas inovações tecnológicas, os meios de pagamento foram o aspecto mais discutido pelos consumidores nas redes sociais (77%).
De maneira geral, os consumidores se mostraram dispostos a utilizar outras formas de pagamento sem contato (Near Field Communication - NFC) desde que haja algum tipo de recompensa pela fidelização no uso. E o tema recompensa foi discutido nas redes sociais por 38% dos indivíduos.
O estudo apontou que o consumidor quer não somente utilizar novos meios de pagamento, mas também ter essas ferramentas integradas aos atuais sistemas. Um termômetro foram as redes sociais: 21% das discussões avaliadas foram acerca da rede varejistas que aceita determinado tipo de meio de pagamento.
Em se tratando de tecnologias de comunicação por aproximação, vale destacar que além do NFC há o MST (Magnetic Secure Transmission). O primeiro é um padrão internacional presente em vários modelos de celulares. É utilizado para trocar informações entre telefones, estabelecer conexão com outros aparelhos eletrônicos, ou realizar um pagamento por cartão de crédito no ponto de venda, seja na caixa registradora, na máquina cartão ou em outros terminais eletrônicos de vendas. O NFC é a tecnologia de pagamento por aproximação usada na Apple Pay e no Android Pay e também no Swatch Bellamy, relógio de pulso já existentes no mercado brasileiro, que pode ser utilizado para pagamentos sem contato.
Já o MST é uma tecnologia que simula a passagem de uma tarja magnética, ou seja, ‘engana’ a máquina presente no ponto de venda. Ao aproximar o celular da máquina, ela entende que um cartão com tarja foi passado.
Desejo do consumidor é uma ordem
Se o consumidor deseja, ele deve ser atendido. A hora é de apostar em meios de pagamento inovadores em seu comércio eletrônico ou físico, uma vez que a tendência para os próximos anos é de uma convergência entre o mundo físico e o online, de modo que todas as compras sejam feitas por uma única ferramenta.
A carteira virtual, por exemplo, é um recurso tecnológico que já vem sendo adotado em alguns países avançados, ainda em fase experimental. A ideia foi alavancada em 2014, quando a Apple lançou a Apple Pay, uma ferramenta cujo objetivo era dispensar a carteira do bolso dos consumidores. Trata-se de um dispositivo que registra os dados do cartão do cliente de maneira segura e é ativado por meio de touch ID, capaz de realizar a identificação biométrica do usuário. O processo torna possível realizar a compra com apenas um toque no celular.
A MasterCard também desenvolveu o seu sistema similar, o MasterPass. Apesar de já ser utilizada em cinco mil estabelecimentos no Brasil, no setor varejista, a tecnologia ainda está engatinhando. A gigante Renner adotou a carteira virtual em seu e-commerce e somente para alguns consumidores que possuem cartão de crédito da loja. O aplicativo armazena todas as informações dos cartões e, assim, a compra pode ser realizada com apenas um toque. A ideia é que o MasterPass seja ampliado e implantado futuramente nas lojas físicas. Outras redes como Ricardo Eletro e C&C também estão em fase de teste da carteira virtual.
Criada pela americana First Performance Global Corporation, a ferramenta GoGoNoGo (vai e não vai’, ou, o equivalente a ‘liga e desliga) é um dispositivo que consegue ligar e desligar os cartões de crédito e de débito. O GoGoNoGo funciona da seguinte forma: o usuário acessa um programa seja por meio do smartphone, tablet ou computador e ativa ou desativa o cartão desejado. Quando desligado, ele não pode realizar nenhuma transação.
As Casas Bahia adotaram a ferramenta que liga e desliga para proporcionar uma experiência de compra inovadora aos clientes. Por enquanto, ela está restrita àqueles que possuem cartões emitidos pelo Bradesco. Ainda assim, em apenas quatro semanas foram registrados mais de 60 mil usuários e a expectativa é atingir 20 milhões em dois anos.
Já o app Bitcoin PDV, desenvolvido pela brasileira BitcoinToYou, permite que os varejistas e prestadores de serviço do país recebam em reais e sem encargos de câmbio, os pagamentos realizados com a moeda virtual bitcoin. A moeda completamente digital é uma rede de pagamento descentralizada, na qual os usuários é que gerenciam o sistema, sem necessidade de intermediador ou autoridade central e que funciona como dinheiro para a internet.
A operação realizada por meio do BitcoinToYou ocorre assim: o cliente transfere seus bitcoins para a carteira da loja. A plataforma faz a conversão para o real e o dinheiro fica disponível na conta bancária do lojista no mesmo dia.
Para os consumidores, os pagamentos cada vez mais ‘invisíveis’ têm como benefícios principais a praticidade e a segurança. No entanto, ainda há sim motivos para desconfiança. Um deles refere-se às fraudes no mercado brasileiro, que somam R$ 1,4 bilhão ao ano, número é 14 vezes superior ao dos Estados Unidos. Além disso, há sempre o risco de alguma ferramenta não funcionar corretamente. Uma pesquisa realizada pela consultoria americana Phoenix, em 2015, apontou que 75% dos usuários da Apple Pay enfrentaram algum tipo de problema e aproximadamente 47% não conseguiram realizar a operação pretendida.